A falta de semicondutores foi o primeiro sinal e condicionou duramente a capacidade produtiva de indústrias como a automóvel, obrigando a paragens de toda a cadeia. Mas, com o estender da pandemia, que continua a obrigar a confinamentos em vários países asiáticos, a desregulação das cadeias logísticas e, agora, o efeito guerra na Ucrânia, a falta de matérias-primas e outros bens já se estende a diversos setores, obrigando mesmo as fábricas a parar.
A escassez de vidro pode pôr em causa as exportações de vinho, e até a disponibilidade de espumante no mercado no final do ano, garante a ViniPortugal, mas há toda uma série de outras indústrias com problemas. Luís Onofre, presidente da associação do calçado, diz que “falta tudo, pessoas para trabalhar, quadros técnicos, materiais como o plástico ou o aço” e que “vamos pagar caro a falta de acesso da Europa às matérias-primas”. Nos têxteis, a situação “está caótica”, com os corantes e outros químicos a “preços altíssimos”, a fatura energética a custar 5 ou 6 vezes mais do que há um ano e a falta de fio a obrigar a algumas paragens estratégicas. Na metalurgia e metalomecânica, a maior preocupação prende-se com a obtenção de aço, alumínio e outros metais como o titânio, estanho e cobre, enquanto no agroalimentar são sobretudo os materiais de embalagem que mais preocupam. Mas Pedro Pimentel, da Centromarca, mostra-se convicto de que não irão faltar produtos no mercado.
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